5 de jul. de 2010






































Ciclo



Parida da desmemória,renasço faminta
No primeiro sopro e despida,a vida me oferece o seio
Alimenta de liberdade.

Engatinho surpresa e ingênua
Primeiros passos,vacilo
No chão que fiz de miragem.

Enamorada do sol e lua
Desperto jovem,quase adulta
Desposo a felicidade.


Agora vestida de tempo
Carrego lembrança antiga
Balbucio estrelas e durmo
Velha, na tenra idade.

3 comentários:

Unknown disse...

Carol, vc me surpreende a cada dia...
Esse seu texto ficou lindo!!!
Q em breve algm descubra esse seu talento...
TE AMO!

Carla disse...

Balbuciar estrelas....

e a desmemória, a velha na tenra idade, é tanto, é tanto. tantos pequenos detalhes, essas palavras que dançam.
adorei!

Roberta disse...

Lindo poema, Carol! Todo um primor de imagens famintas renascendo, descontinuidades da memória que desposam nossas passagens pelo tempo. A última estrofe é especialmente bela! Seu poema nos mostra que o ciclo da vida - nascer, crescer, reproduzir, morrer - contém mistérios, gradações, e ressignificações a mais que não aprendemos nas nossas aulas de Ciências... :)
Beijos,