29 de set. de 2010

Na Órbita






















Canto pra esse cara,
Esse carinha de olhar morteiro...
Sob sobrancelhas densas
É menino matreiro
Na órbita do seu mundo,
Confabula, trama
Transforma Setembro em Janeiro!

Canto pra esse cara,
Esse carinha de idéias fantásticas...
Parece que bebe chuva,
Que se alimenta de mágica!

Na órbita do seu mundo,
Tem prisioneiros e pedras filosofais...
Peço espaço para um sambinha, a minha amizade
Nada mais!

Para Rodrigo Dimas - 29/09/2010


23 de set. de 2010

Mar, sempre mar... 
 























Quais surpresas acoito ?

Quantos espectros e deidades existem dentro de mim?
Paradoxos que eclodem como tapas na cara, ou leves carícias.

Hoje sou barquinho na tormenta, ontem foi calmaria, amanhã não sei...

Sem remos e âncora, deixo-me levar, até encontrar terra firme, porto seguro.

Seguro? Pode ser...

Mas sou barquinho e preciso de mar,

sempre mar...

17 de set. de 2010

                                Falsete
                             Todos os pensamentos                 

              Adormeço e desperto presenteando o nada                                
Desequilibro no meu tom, 

                                                    caio em falsete
                         
               Não cabe tanto ar pra respirar.
 

13 de set. de 2010

Gosto quando te calas











Gosto quando te calas porque estás como ausente,
e me ouves de longe, minha voz não te toca.
Parece que os olhos tivessem de ti voado
e parece que um beijo te fechara a boca.
Como todas as coisas estão cheias da minha alma
emerge das coisas, cheia da minha alma.
Borboleta de sonho, pareces com minha alma,
e te pareces com a palavra melancolia.
Gosto de ti quando calas e estás como distante.
E estás como que te queixando, borboleta em arrulho.
E me ouves de longe, e a minha voz não te alcança:
Deixa-me que me cale com o silêncio teu.
Deixa-me que te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
És como a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão longinqüo e singelo.
Gosto de ti quando calas porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se tivesses morrido.
Uma palavra então, um sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre de que não seja verdade.



Pablo Neruda 

Foto (Juan Pablo De luz y sombras)