Não Dá Pé
A paixão pode ser rasa... “É feito estar doente de uma folia”.
O amor, em mim,
sei que não é!
Não consigo medir,
mas não dá pé.
IN PARADISUM
23 de mai. de 2013
19 de mai. de 2013
Quando Nasci
Quando, fragmentada, comecei a caminhar? E resolvi viver assim mesmo, aos pedaços, partida...
Respirar tanto ar, que não cabe...
E, levando "como posso" , tento
(re) unir algo que, uma vez partido, não volta mais.
Quando, fragmentada, comecei a caminhar? E resolvi viver assim mesmo, aos pedaços, partida...
Respirar tanto ar, que não cabe...
E, levando "como posso" , tento
(re) unir algo que, uma vez partido, não volta mais.
3 de mai. de 2013
Maranhão
Quem mente sente?
Sente que não mente?
não quer sentir,
e mente...
Engana a mente
engana gente!
Se engana descaradamente.
"A mentira é muita vezes tão involuntária como a respiração."
-- Machado de Assis
Quem mente sente?
Sente que não mente?
não quer sentir,
e mente...
Engana a mente
engana gente!
Se engana descaradamente.
"A mentira é muita vezes tão involuntária como a respiração."
-- Machado de Assis
3 de mar. de 2013
Jambo (Enredo de Sucumbir)
Faz um ano, mais até...
Plantei esse enredo num dia de cinzas.
E da flor que nasceu, adornei os cabelos
Morri.
A morte é contínua, diária, eu sei...
Pra brotar novidade, que a vida é tenra!
Mas, morri diferente: morri sabendo.
Faz um ano, mais até...
Plantei esse enredo num dia de cinzas.
E da flor que nasceu, adornei os cabelos
Morri.
A morte é contínua, diária, eu sei...
Pra brotar novidade, que a vida é tenra!
Mas, morri diferente: morri sabendo.
27 de fev. de 2013
- Danny Quirk Ilustration
De Viver (“Mens sana in corpore sano”)
Que o
calor venha da brasa e não disso, desse "morno“ jeito de estar...
Pode
queimar! Eu prefiro.
Quero
também o cítrico, aquele que amarra a boca e escorre pelos olhos: chuva ácida
Corroer
na loucura infinita.
E pode
virar coceira, brotando por todo corpo,
dermatite
escandalosamente viva
Coçar até sangrar, pra mostrar que é vida.
Coçar até sangrar, pra mostrar que é vida.
Cure-se primeiro! Seja lá do que for...
Corre e vem exausta, desmemoriada da fuga
com sede de agora ou nunca.
16 de jan. de 2013
17 de out. de 2012
Do que Ainda não Tem Nome
Ligar esses abismos cegos, surdos, absurdos...
Preencher crateras.
Derrubar montanhas com os braços,
Os outeiros, desmanchar nos dedos
Engolir todo esse deserto.
Depois, repousar tecida
e conspirar!
Preencher crateras.
Derrubar montanhas com os braços,
Os outeiros, desmanchar nos dedos
Engolir todo esse deserto.
Depois, repousar tecida
e conspirar!
23 de set. de 2012
Maçã
As águas de Março inundaram a mim, meu corpo, minha casa.
Quando já alcançava meu pescoço e tudo boiava e eu tentava salvar objetos e sentimentos, vi duas maçãs e consegui alcançar. As únicas frutas que eu tinha em casa. Coloquei as maçãs no ponto mais alto de mim e salvei.
As maçãs, pelo que aprendi, são frutas resistentes,
dessas que os duendes fazem durar meses. Frutas adstringentes. Frutas do pecado,
conforme a bíblia dos homens.
Submersa, corpo anestesiado, cuidei das maçãs.
Tudo desmanchava: roupas, compromissos, fotografias, livros, critérios...
Exausta, com frio, num misto de vigília e desmaio, os olhos embotados de lágrimas: recobrava os sentidos.
Foi-se o tempo, mesmo nível de água, até mais! Eu: meio sereia, meio alga e faminta. Não.
" Aquele casaco que eu adoro, quero alcançar, não quero, deixa... O outro casaco! Afundou..."
Pra quê casacos, critérios, se eu tinha as maçãs? Não tinha nem a mim, pra quê o resto?
Sucumbi quando completei mais um ciclo.
Mordi uma maçã e o todo se refez! Voltei, inteira e submersa. Olhos marejados de enchente e sorriso nos lábios. Fui me perdendendo e morrendo de felicidade, buscando ar no fundo da água, viva.
A outra maçã, segurei firme pra te dar e me entreguei, até boiar, até...
Agosto/2012
Submersa, corpo anestesiado, cuidei das maçãs.
Tudo desmanchava: roupas, compromissos, fotografias, livros, critérios...
Exausta, com frio, num misto de vigília e desmaio, os olhos embotados de lágrimas: recobrava os sentidos.
Foi-se o tempo, mesmo nível de água, até mais! Eu: meio sereia, meio alga e faminta. Não.
" Aquele casaco que eu adoro, quero alcançar, não quero, deixa... O outro casaco! Afundou..."
Pra quê casacos, critérios, se eu tinha as maçãs? Não tinha nem a mim, pra quê o resto?
Sucumbi quando completei mais um ciclo.
Mordi uma maçã e o todo se refez! Voltei, inteira e submersa. Olhos marejados de enchente e sorriso nos lábios. Fui me perdendendo e morrendo de felicidade, buscando ar no fundo da água, viva.
A outra maçã, segurei firme pra te dar e me entreguei, até boiar, até...
Agosto/2012
28 de ago. de 2012
Em Japonês (愛)
Ai de mim!
Que sincronia perfeita...
Mesmo quando falta a letra
Nos fazemos entender, assim
Erramos no português?
Isso, aqui, não é problema:
Mandamos beijo em chinês
E pra ficar mais um pouquinho,
Tem amor em japonês! 愛
27 de ago. de 2012
Cidra
Erro
Suspender, ancorar...
reduzir a marcha de ser e o volume de estar.
Amargou, como uma cidra.
Eu quero o doce, eu quero é vida!
Erro
Suspender, ancorar...
reduzir a marcha de ser e o volume de estar.
Amargou, como uma cidra.
Eu quero o doce, eu quero é vida!
23 de ago. de 2012

Caqui
Que garras são essas, cravadas, crispando em mim?
Tua vestimenta é noite e tem garras! Em quem mais faz isso?
Misturou marcas e pele...
A minha ficou marcada, mas não esqueça:
tens um pouco de mim nas unhas-garras.
Células minhas
E quando roubou meu olhar, com íris e tempo?
Com doçura, ou avidez, eu caqui maduro em tua boca.
Amadureci e me descompus
Quando há garras, agarras, há mãos?
Mãos que, nas minhas, peça chave do quebra-cabeças.
Mão cicatriz, na tua, na minha. Anéis sob medida e mãos que, sem padrão, desvelaram meu véu-camisa-branca, passearam por costas, barriga.
Ladrão!
Hoje, o que ficou, perfuma e lembra. Lembra?
Nada de métodos, desfigurando o "como manda o figurino"
Fomos...
Simples assim.
22 de ago. de 2012

Caju
Dia travoso, caju amarrando boca, língua, transformando a garganta em nó.
E um anoitecer forçado. Horas tortas. Mal jeito com garrafas ( as vazias e cheias ) e o choro do céu, em seguida e contínuo. Dias de choro.
Você esteve aqui e velei teu sono: respiração entrecortada, muitas vezes profunda, contendo um turbilhão. Dormiu. Muito.
Eu não dormi. Amanheci noite e anoiteci dia, ao seu lado, só observando.
Olhos cerrados, pálpebras pétalas, cílios cortina...
Ontem voamos. Fomos coragem, medo não: porque não existe nada, nem "pra sempre", nem tempo. Somos trapezistas do nosso mundo.
Você partiu hoje, amanhã no caso de ontem, deixou o aroma em tudo meu.
E meu corpo girou, rodou ciranda. A cabeça, pensamento, velocidade da luz. Existe proteção para isso? O segredo era respirar fundo? Mas, como, se meu peito foi cela? Fui detida: " Mãos ao alto! Está presa por desacato a sua alma! "
Na cela, ouvi minha alma-cárcere:
- Ela divide sentimentos com você!
- Divide, sim... eu sinto e sei.
- E aposto que, quando unidas, o universo desaparece..
- Exatamente. Atravessamos aquele portal proibido, sabe? Onde não se conta tempo, nem sabem o significado das horas. As pessoas são espectros. E, danem-se!
20 de ago. de 2012

No Compasso ( A Dança )
Sangue
Bombando nas veias, clamando por vida
Sonho
Alimento da alma, povoando a mente
Riso
Encantando os ouvidos, curando a cegueira
Choro
Lavando tristeza, regando alegria
Luz
Nos olhos da gente, vacilo da idéia
Lamento
Dos desesperados, ou dos que lastimam
Som
Na ginga da dança, quebrando o silêncio
Nada
O avesso de tudo, de quem não precisa
Tempo
Ponto de partida, limite da espera
Fim.
17 de ago. de 2012

Carta de Mim (Dentro)
Suspensa
Venho de onde, na verdade, nunca estive
Venho para trazer notícias de dentro
De mim.
O gosto do vinho e da vontade
O concreto e o abstrato
Em ritmo pleno, no entanto, sigo mansa...
Que venham as notícias, do Douro ou de um arranha céu.
O medo espreita
Escorre por outros assuntos, muitos
Ir embora? Pensar em nada?
Sem peso: segura a batida, vida! Ciranda!
Voltar e reconectar.
Ouvem o que escrevo?
Silencio de felicidade.
Suspensa
Incontrolável tempo bom...
Tropeço nas palavras
E trago notícias daqui
De mim.
24/05/2012
Ser, Fui, Serei ( Do Mesmo Rio - Devir )
Nasci outono
Titubeei inverno
Flor na primavera
Ardi verão
A mesma? Sou e não.
01/06/2012
--------------------------------------
"E como são estilhaços
Do ser, as coisas dispersas
Quebro a alma em pedaços
E em pessoas diversas " (Pessoa)
Nasci outono
Titubeei inverno
Flor na primavera
Ardi verão
A mesma? Sou e não.
01/06/2012
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"E como são estilhaços
Do ser, as coisas dispersas
Quebro a alma em pedaços
E em pessoas diversas " (Pessoa)
Trocando Os Pés Pelas Mãos ( As Primazias )
Trocou os pés pelas mãos e sem poder caminhar,
com as mãos desenhou asas, soltou a alma e deixou voar...
Esculpiu sonhos, pensamentos
Roubou as chaves do tempo, trancou pra não passar.
Atordoado e confuso, nesse mal jeito de estar,
segurou firme o compasso, compôs seu caminho num rastro
Rabiscou o nome no ar.
Trocou os pés pelas mãos e sem poder caminhar,
fez do laço um abraço, cobriu de luz seu espaço
Sorriu para não chorar.
06/06/2012
15 de ago. de 2012
Romã
Ânima, leio em ti...
Detrás dessa quase melancolia
o brotar das lavas, que rebentam em premência
O olhar vago, busca incessante
curiosidade marota: ora graciosa, ora em histeria.
Em cada pedaço, em cada canto dentro
desdobram- se maravilhas e insurgências.
Fruta da casca arrebol: romã
Partida, derrama a polpa vermelha em gotas muitas, tenras
doce e ácida e doce...
Que o duelo que traz em si, Ânima, dentro, sufoca
Transborda, derrete e recua
Templo corpo.
Que a moral, imposta, é faca no peito e sangra
E onde quer que sangre, e porquê, deixa sangrar até esvair
Pra ver como é,
sentir.
Firma os pés na clareza, se agarra na certeza, quando há
Se alimenta de vida, quando há
Saber- te, Ânima...
O direito e o avesso.
Julho/ 2012
Starry Night Over The Rhone - Vincent Van Gogh
JABUTICABA
JABUTICABA
Então fomos para sua praia! Sentamos na frente " de casa ", fim de tarde, brisa, cerveja ( cabe tudo, porque faz-de-conta )...
Sentada
ao seu lado, cadeiras iguais ( dessas de praia, que já se compra de
dupla ) . E nessa tarde, nos entregamos às horas, porque elas eram
nossas.
Fizemos
alguma brincadeira sobre o contraste de nossas cores, após o sol que
tomamos de dia, unindo os braços e falando bobagens, palavras de sorrir.
E ao soltar os braços, deixamos os dedinhos enroscados um no outro. Um
quase descompromisso, ou quase não querer soltar.
E
nesse embalo, conversamos de vidas e sonhos. Das que já vivemos e das
que estão por vir... Dos sonhos que já sonhamos, os dejavus, e os que
queremos sonhar mais ainda.
Reparei em como seus olhos, com a luz do fim da tarde, ficam num tom
castanho bem mais claro, tendendo para o mel. A noite: duas
jabuticabas.
E quando a noite "jaboticabou", caminhamos até o píer, para ouvir as ondas mansinhas batendo nas pedras e ver o show de estrelas no céu.
Eu sentei, apoiei minhas costas em um dos pilares de madeira e você fez do meu colo seu apoio.
Por alguns minutos, ficamos em silêncio. ( Eu, brincando nos teus cabelos ) Não daqueles silêncios constrangedores, um silêncio bom.
E quando a noite "jaboticabou", caminhamos até o píer, para ouvir as ondas mansinhas batendo nas pedras e ver o show de estrelas no céu.
Eu sentei, apoiei minhas costas em um dos pilares de madeira e você fez do meu colo seu apoio.
Por alguns minutos, ficamos em silêncio. ( Eu, brincando nos teus cabelos ) Não daqueles silêncios constrangedores, um silêncio bom.
Dois olhares para o mesmo céu: perspectivas diferentes.
Quebramos
o silêncio, juntas, falando sobre o mesmo assunto, em sincronia : a
vista do apartamento do sumaré! E isso nos fez rir bastante, um riso que
terminou com uma pergunta minha:
- Sabe do quê eu tenho medo?
- Do que vc tem medo? (posso enxergar e ouvir vc falando e repetindo as palavras )
- Do píer ruir com a gente em cima. E vc?
E você falou de um medo seu, eu falei de outro meu, e assim fomos fazendo um " duelo " de medos.
Resolvemos, juntas, dar um nome para cada medo e escolher uma estrela pra ele.
E
até os medos mais difíceis de falar, ficaram diferentes, porque a gente
queria logo imaginar um nome bem doido e escolher a estrela!
As estrelas morrem e isso nos confortou.
Nascem outras, nascem outros medos, e morrem.
(Agosto/2012)
13 de abr. de 2012
Ah, que saudade...
Saudade de relaxar, sem medos, no regaço terno dos meus pais!
Eu não devia nada, nem explicações!
Tinha muitos direitos. Deveres? Na época, me pareciam pesados. Hoje, são motivos de risos.
Saudade da falta infantil de bom senso, de orgulho.
Precisava e tinha atenção. E isso era tão natural! Sem protocolos, sem ter que medir as palavras: "Estou aqui,gostaria de "ter você" por perto!"
Hoje as figuras mudaram, impõem condições.
Ah,que saudade do regaço terno dos meus pais!
(19/08/2011)
12 de jan. de 2012
Tocata e Fuga
A lua caiu em meu quarto
O meu quarto minguante.
Ela esteve em meus braços, murmurou sua melodia
Seu canto, quase uma prece
Seu feitiço, pura ironia...
Ora ávida mulher,
Ora delicada petiz.
Inebriada, esmaeci
O céu tomou-me a lua!
Avisou:
- Não te iludas…
7 de jan. de 2012
Papillon
Dança a alegria com a mesma ginga que joga com a tristeza.
Sabe que a felicidade não é crônica
Graceja e os olhos brilham!
Encanta com a magnífica retórica
Tem nas mãos o desatino e sonha...
Faz emulação e provoca despeito a quem prega a normalidade
Seria mentira se, em meio a prédios e carros,
ruas e cabeças vazias, ela não viesse.
E ela veio, porque sempre vem: sutil, porém, certeira.
Convidei pra voar e, destemida, aceitou.
Voamos.
Para Vanessa Bastos
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